"Kit Gay": desmistificando.

Todo efeito de significados pejorativos inicia-se pelo termo "kit gay", pois, oficialmente, o programa lançado pelo governo federal em 2004 chamava-se Escola Sem Homofobia. Os políticos conservadores não entenderam o real objetivo desse projeto educacional, ou entenderam e fizeram-se de desentendido para angariar votos de uma sociedade leiga, acrítica e conservadora. O propósito do programa Escola sem Homofobia nunca foi erotizar crianças de 6 anos de idade. Inclusive, aquele livro - Cia do Aparelho Sexual -, mostrado pelo presidenciável do PSL em um debate na Rede Globo, não faz parte do projeto Escola sem Homofobia nem recebeu aprovação do MEC para ser distribuídos em escolas públicas. Parece-me que o TSE já colocou um fim nesta mentira, quando determinou que o candidato Jair Bolsonaro (PSL) remova os vídeos em que o mesmo afirmava que o livro Cia do Aparelho Sexual havia sido distribuído nas escolas públicas pelo governo PT. É bom também desmitificar a afirmação de que Fernando Haddad é o pai do "kit gay", pois ele se tornou ministro da Educação apenas em 2005, sendo que o Escola sem Homofobia foi lançado em 2004. Qual seria, então, o objetivo principal do Escola sem Homofobia? Simplesmente, combater toda forma de descriminação e violência contra a homossexualidade. O material não seria destinado aos alunos, mas aos professores, Tratava-se de uma capacitação para os educadores. Nossos filhos não iriam aprender a transforma-se em homossexuais nas escolas. Eles iriam aprender a respeitar a sexualidade diferente da heteronormatividade. Seria uma forma de dizer: Existem heterossexuais, mas também existem homossexuais que merecem ser respeitados. Tudo dentro do plano educacional de inclusão. Na verdade, vale salientar dois aspectos importantes sobre esse projeto. Primeiro, a sexualidade já é um tema trabalhado nas escolas. As crianças desde cedo aprender sobre os órgãos genitais do ser humano. Segundo, o professor não precisa do material do projeto Escola sem Homofobia para ensinar, de forma transversal, o respeito à homossexualidade.

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