Mais uma barragem da mineradora da Vale do Rio Doce rompeu-se em Minas Gerais. Veja VÍDEOS e a OPINIÃO no final da matéria.


Rejeitos atingiram área administrativa da Vale e parte da comunidade Vila Ferteco, em MG

    Uma barragem de mineração, localizada na Mina Córrego do Feijão, da mineradora da Vale do Rio Doce rompeu-se em Minas Gerais. A tsunami de lama ocorreu no início da tarde desta sexta-feira (25), em Brumadinho, na Grande BH.
    Por meio de nota, a Vale informou que "as primeiras informações indicam que os rejeitos atingiram a área administrativa da companhia e parte da comunidade da Vila Ferteco. Ainda não há confirmação se há feridos no local. A Vale acionou o Corpo de Bombeiros e ativou o seu Plano de Atendimento a Emergências para Barragens". A prioridade, conforme a assessoria de imprensa, é preservar e proteger a vida de empregados e de integrantes da comunidade.
   Veja vídeo após rompimento da barragem em Brumadinho:


Lembrando


    Esta é a segunda barragem relacionada à empresa a se romper em Minas Gerais. Em 2015, uma enxurrada de lama destruiu o distrito de Bento Rodrigues, em Mariana, na região Central do Estado. 
Rejeitos da mineradora Samarco, cujos donos são a Vale e a anglo-australiana BHP, atingiram também grande parte de Paracatu de Baixo e Gesteira, na mesma região. Os rejeitos destruíram o Rio Doce e chegaram ao mar no Espírito Santo.   

Opinião

    Até quando teremos que lhe dar com situações em que empresas privadas atuam de forma indevida e os governos agem irresponsavelmente, omitindo-se de fiscalizarem tais essas empresas? Após três anos do crime ambiental de Mariana, outra barragem da mineradora Vale do Rio Doce rompe-se e provoca danos irreversíveis ao meio ambiente e aos moradores do estado de Minas Gerais. 
     Em 11 de dezembro de 2018, o Conselho Estadual de Política Ambiental (Copam) aprovou a ampliação da mina em Brumadinho com apenas um voto contrário e duas abstenções, mesmo diante da resistência dos moradores. Na época, a ambientalista Maria Teresa, integrante da Copam, afirmou:  “Se eles estão fazendo isso em uma área que é tão perto da população, em locais mais afastados é uma tratoragem, uma atrás da outra”. 

     Assim como não faltou aviso, também não faltou ganância em persistir neste projeto perigosos. O mais triste disso tudo é que é bem provável que a Vale sai mais uma vez sem ser punida por de tamanha atrocidade cometida. Como disse Marina Silva, ex-ministra do Meio Ambiente: "É inadmissível que o poder público e as empresas mineradoras não tenham aprendido nada". Talvez tenham aprendido, mas continuam agindo dessa forma por impunidade.
       Escrevendo agora este texto de opinião, acabei de receber a notícia de que 200 pessoas estão desaparecidas após tragédia em Brumadinho, segundo dados dos bombeiros. É lamentável.
        Se é possível enxergar um  lado do bom dessa história trágica é que as ações da Vale despencaram no mercado internacional após o rompimento da barragem em Brumadinho. 

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