Vice-prefeito pródigo


   
   Era uma vez um vice-prefeito que decidiu partir para um lugar muito distante da casa do pai. Imbuído pelas conversas peçonhentas do irmão vereador, ele decidiu se rebelar contra o pai, decidiu ficar distante do projeto do pai.
   Distante do pai, o vice-prefeito pródigo gastou tudo o que tinha, dissipou seus bens, não tinha mais o apoio de quase ninguém, estava perdendo todas as suas forças. Após ter consumido tudo, vivenciou momentos de crise. Crise tal que o fez desejar fartar-se das alfarrobas que os porcos comiam, mas ninguém lhe dava nada. Por outro lado, o seu irmão mais velho, o vereador, fartava-se na mesa do pai.
   Um certo dia, o vice-prefeito caiu em si e disse: Quantos funcionários do meu pai têm pão em fartura, inclusive o meu irmão vereador que me ludibriou. Mas eu estou aqui morrendo aos poucos. Levantar-me-ei, irei a meu pai e dir-lhe-ei: Pai, pequei contra ti e não sou digno de está na sua casa e fazer parte do seu projeto!
   Levantando-se, foi para seu pai. Estando ainda longe, seu pai viu-o e teve compaixão do vice-prefeito. Disse-lhe o vice-prefeito: Pai, pequei contra ti e não sou digno de sentar a sua mesa; já não sou digno de ser chamado vice-prefeito.
   Se o pai receberá o vice-prefeito em sua casa, só os próximos capítulos do cenário político nos dirá. Todavia, a questão é que antes da entrada do vice-prefeito pródigo na casa do pai existe um percalço: seu irmão mais velho, o vereador.    

Por Julysson Charles

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