DESOLIGARQUIZAÇÃO

 



 Em mais de 20 anos, esta é a primeira vez, de fato, que as tradicionais oligarquias de Porto do Mangue estão sem participação no "poder".

 Por muitos anos, a Prefeitura de Porto do Mangue, quando não esteve no comando dessas famílias, teve indicações de nome delas.

 O prefeito reeleito Sael Melo (MDB) tem feito uma façanha nunca realizada por outra liderança política. Mesmo não sendo de família tradicional, conseguiu entrar na política porto-manguense e efetivar uma verdadeira desoligarquização.

 Todo primeiro escalão, que antes pertencia somente aos membros dessas oligarquias, agora, no saelismo, dá vez ao filhos de famílias humildes de Porto do Mangue. 

 O filho do pedreiro, do agricultor, do eletricista, do pescador, do professor, da dona de casa, ocupam a função de secretário, de assessores e outros cargos públicos importantes na Prefeitura. Quem não pertence a alguma família "poderosa" do município, na gestão Sael Melo, pode sonhar em assumir posição de destaque.

 A perda de espaço no comando do Poder Público por parte das oligarquias, é algo nunca visto na história política de Porto do Mangue. Essas famílias viveram muitos anos na política, unidas pelo "poder". Porém, o mesmo "poder" que uniu foi o mesmo que tornou-se motivo da separação.  

 E foi em busca desse mesmo "poder" que essas oligarquias se uniram novamente nessas Eleições 2020. Mas, não tiveram êxito e capacidade para derrubar o saelismo.

 O povo porto-manguense entrou na onda de desoligarquizar a política. Um sentimento que não acontece apenas em Porto do Mangue. No ano de 2018, Carlos Eduardo Alves (PDT) foi rejeitado pelo povo, que preferiu Fátima Bezerra (PT). O povo rejeitou Garibaldi Alves Filho (MDB) e Geraldo Melo (PSDB) e preferiu Zenaide Maia (PROS) e Styvenson Valentim (PODE) para serem os representantes do RN no Senado. 

 Veja também o mesmo exemplo em Mossoró, que neste ano o povo decidiu retirar as oligarquias da cidade para colocar o o filho de um agricultor no comando do Palácio da Resistência. A derrota de Rosalba Ciarlini e dos Rosados para Alysson Bezerra (SDD) mostram bem o desejo do povo pela desoligarquização. O que não está sendo diferente em Porto do Mangue.

 Porépesar de não terem mais o controle sobre o Palácio José Nazareno, os mandatos dessas famílias resumem-se à apenas duas cadeiras na Câmara Municipal.

 As oligarquias de Porto do Mangue trilharam um caminho de decadência política e seguem distantes do "poder".  No entanto, amigo leitor, essas famílias podem até estar politicamente na UTI, porém não mortas politicamente.


Por Julysson Charles

Foto: Reprodução.

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