O PODER DA DECISÃO




 Refletindo ainda nos números dos resultados das urnas nas Eleições 2020 em Porto do Mangue, podemos chegar a muitas conclusões.  Através das palavras, tentarei mostrar como o poder de uma decisão pode mudar todo o cenário político.

 

 Vamos analisar os número. Com um detalhe: números são apenas números se não analisados dentro de um contexto. Em nosso caso, o um fato político em um contexto da política local, que protagoniza o jovem Clebson Moura, eleito a vereador em Porto do Mangue.


 Na verdade, amigo leitor, gostaria apenas de pensar um pouco sobre o quanto uma escolha, uma decisão, pode mudar todo o cenário político. Poderiamos fazer essa análise dentro de outros contextos da história política de Porto do Mangue. Porém, quero me deter em um fato que chamou-me nessas Eleições Municipais deste ano.


 Quero que vocês percebam comigo como o jogo da política é bem mais complexo do que pensamos. Uma decisão pode determinar tanto a vitória, quanto a derrota. 


 Quando uma peça é movida no xadrez, muda-se todo o jogo. Quem consegue antecipar as jogadas não é pego de surpesa e já está preparado para a jogada certa. E assim vai, una jogada a após outra até chegar ao xeque-mate. 


 O mesmo acontece no jogo político. Quando uma peça é movimentada no tabuleiro político, tudo modifica no jogo. Desse modo, alguns são surpreendidos e outros já têm a capacidade de antecipar as jogadas.


 Bem, chega de enrolação e vamos ao ponto (só os fortes chegarão até aqui😄). Quem não se lembra que aqui nesse humilde espaço desse blog, divulgamos o interesse de Clebson Moura em sair candidato a vereador? Pois é! Após a nossa publicação, o jovem da Praia do Rosado começou a ser cobiçado por vários partidos e grupos políticos, inclusive, o grupo liderado pelo vereador Juscelino Gregório. 


 Havia grandes chances do filho do ex-vereador Beel se filiar ao PT, porém alguma decisão fez com que Clebson desembarcasse no MDB. Minha análise, propriamente dita, tem início aqui. E se Clebson Moura não tivesse ido para MDB, mas tivesse disputado a campanha no PT? E se tivesse obtido essa mesma quantidade de votos no PT, como teria ficado a lista dos vereadores eleitos? 


 Podem fazer os cálculos. Se Clebson Moura fosse candidato a vereador no grupo de Juscelino Gregório, o PT, ele teria sido eleito do mesmo jeito. Mais dois fatos permaneceriam do modo que está: 1) o MDB teria eleito 4 vereadores pelo quociente partidário: Alécio Santana, Júnior Bola, Joãozinho Brito e Alciene Rodrigues. A mesma quantidade de vereadores que o partido conseguiu eleger pelo quociente partidário; e 2) O presidente da Câmara, Juscelino, ainda assim seria eleito, porque com a quantidade de votos de Clebson Moura o PT, pelo quociente partidário, elegeria dois vereadores: Clebson em primeiro e Juscelino Gregório ficaria em segundo.


 Então, o que mudaria a conjuntura na Câmara, caso Clebson estivesse no PT? Mudaria os eleitos pelo Cálculo de Média, conhecido vulgarmente, por eleitos pela sobra. 


 Com Clebson no MDB, houve dois candidatos eleitos pela sobra: um do MDB e outro do PL, respetivamente, Alciene Rodrigues e Jailson Fernandes. Se Clebson tivesse sido eleito pelo PT, apenas um seria eleito pela sobra. Quem? O candidato do MDB, que não seria Alciene Rodrigues.


 Estamos analisando o poder de uma decisão em uma suposição. Caso Clebinho estivesse no PT, Alciene teria sido eleita pelo quociente partidário, abrindo espaço para outro mdbista entra pela sobra. Quem? Vereadora Helena Leandro.


 Lembra, que eu disse que entraria apenas um pela sobra? Pois bem! Se Clebson Moura estivesse no PT, o Partido Liberal teria eleito apenas dois pelo quociente partidário. Os dois mais votados: Ailton de Nego Vei e Victor Domingos. Quem ficaria de fora? Jailson Fernandes, que foi eleito pelo cálculo da sobra.


 Resumindo, o desenho político partidário da Câmara, pelo quociente partidário (caso Clebson estivesse no PT) ficaria: MDB - 4 vereadores ; PT - 2 vereadores e PL - 2 vereadores. Perceba que não teriam duas sobras, mas apenas uma. Que ficaria para o MDB. Assim, quem entraria seria a vereadora Helena Leandro.


 O PL não elegeu 3? Então, entraria apenas 2. Quem? Os dois mais votados da sigla, deixando de fora da Casa do Povo, o vereador de oposição, Jailson Fernandes.


 Amigo leitor, não esqueça que tudo isso não passou de uma simples análise, apenas para mostrar o poder de uma decisão. Eu não sei o que foi determinante para Clebson Moura não ir para o PT e ficar no MDB. Mas, de uma coisa estou certa: que o poder dessa decisão mudou todo a conjuntura politica isso eu estou certo.


Por Julysson Charles




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