Quase ganhar é uma realidade e uma ilusão. E é impressionante como nós, serumaninhos, se apegamos a um "quase" para tentar aliviar a dor de uma derrota. Um "quase" que tem mexido com cabeça de muita gente nesse período pós-eleição.
É como se esse "quase" trouxesse um certo alento, um conforto, esperança; me fizesse de certa forma alguém forte, ou até mesmo uma sensação de vitória, mesmo tendo sido derrotado.
Quer um exemplo, amigo leitor?Preste atenção nessa suposiçao! O time de futebol A perde de 4 a 2 para o time B! Os torcerdores derrotados irão procurar entender o porquê da derrota e ao mesmo tempo buscarão uma válvula de escape, tentando fugir do sentimento de derrora. Como?
É só analisar algumas expressões de um torcedor que perdeu: "Ah! Se o jogador fulano tivesse em campo, o jogo teria sido outro!", " Se o juiz não tivesse roubado, nos teríamos ganhado o jogo"; "Nosso time estava era mais fraco tecnicamente. Jogamos muito. Perdeu de 4 a 2, mas para o time que estava em campo foi uma vitória". Tem ainda torcedores que dirão: "Perdemos, mas o jogo foi acirrado. Quase que a gente ganha".
Amigo leitor, perceba nessas suposições que existem torcedores que não se sente conformados com uma derrota e tenta de todas as formas sentir-se vitorioso, mesmo tendo perdido. Buscam para si justificativas injustificavéis, pois num jogo quem perdeu, perdeu; quem ganhou, ganhou. Onde fica o "quase ganhei" nessa história?
Por isso, que se tem muitos debates, discussões, após o jogo. O que é natural. Na verdade, é até normal e inteligente, analisar as causas dos porquês se perdeu e dos porquês se ganhou. Não vejo muito complicação nisso.
Agora uma coisa é certa: não existe uma "quase" vitória, ou uma "quase" derrota. Nessa dicotomia o que há é os vitoriosos e os derrotados. Não existe meio termo. Ponto.
Chorar o leite derramado, por causa de uma derrota, não resolverá nada. Vida que segue. "Mi mi mi" leva nada à coisa alguma. Derrota pode ser revista, mas não revertida.
Por Julysson Charles
Foto: Reprodução
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